sexta-feira, 27 de março de 2009

Desmoralização do STF

O Brasil está se colocando como um pária da civilização ocidental, no que diz respeito à evolução das relações públicas e privadas, se transformando no paraíso da transgressão, da corrupção, e do corporativismo prevaricador, sendo comandado por uma burguesia marxista-leninista que tem o poder quase absoluto sobre um Estado declaradamente refém do ilícito em todas as suas dimensões criminosas.

Depois das instâncias “inferiores” do Poder Judiciário, do Poder Legislativo, e do Ministério Público - que tem até procurador aconselhando cidadãos a se unirem aos criminosos do MST -, está sendo noticiado o clima de saia justa que o presidente acaba de colocar no STF, próximo na lista de instituições públicas levadas à definitiva desmoralização pelo petismo, e com a maioria dos seus togados submissos às ordens do Poder Executivo.

Comenta-se na única mídia ainda livre do suborno, do medo, das verbas de propaganda ou dos financiamentos oficiais, que o presidente “Lula manda recado ao STF de que não vai extraditar o assassino Cesare Battisti, caso essa seja a decisão do tribunal; e “pede” ao STF que mude a jurisprudência em relação ao caso.

Ao mesmo tempo seus sequazes – do presidente – comandam a destruição do delegado federal que intencionalmente ou não parece ter descoberto o caminho de como provar a deliquência do poder público no topo de seu organograma, mesmo considerando-se que este senhor – comunista confesso – também defenda interesses inconfessáveis diante da absurda podridão que já tomou conta do poder público, ao se aproximar da esquerda através do PSOL.

O que leva o representante presidencial do movimento petista-marxista-leninista ficar tão à vontade em desafiar o poder da Justiça, não demonstrando se sentir nem um pouco incomodado quando um delegado federal o acusa diretamente através de uma carta pública de estar na lista de propinas de um empresário que, pela força do suborno, parece ter mais poder do que o próprio Estado e que, descaradamente, se pôs a salvo das grades graças às decisões do STF?

Sabemos que a resposta é uma composição de fatos degenerativos das relações públicas e privadas que estão sendo apodrecidas pelo suborno, pela corrupção e pelo corporativismo prevaricador que assumiram, definitivamente, o controle do poder público.

O Retirante Pinóquio em sua visão etílica do seu projeto de poder perpétuo deve sonhar dia e noite com seus ídolos Fidel Castro e Hugo Chávez, lamentando ainda não ter o poder total sobre a sociedade, fato esse que não mais o incomodará com a colocação na presidência de uma terrorista cúmplice de seu projeto que cumprirá religiosamente suas instruções até o final do seu mandato e início de um novo para o seu mentor.

Fundamentado no seu exército paramilitar formado pelos meliantes dos movimentos sociais que querem coletivizar o patrimônio dos outros, no silêncio lesa-pátria da caserna, e no suborno da sociedade dos esclarecidos públicos e privados, o presidente, também um dos fundadores do Fórum de São Paulo, parece já entender que tudo pode, se colocando com posturas autoritárias e ditatoriais para defender os interesses do seu projeto de poder absolutamente vinculado ao neocomunismo que se espalha pelo mundo.

Geraldo Almendra,
Economista e Professor de Matemática, Petrópolis.

sexta-feira, 20 de março de 2009

As incertezas da lealdade

A responsabilidade do homem público em questões éticas e de lealdade é colocada para a sociedade de forma muito sutil, na certeza de se tratar de uma via de mão dupla; se o princípio que norteia um lado é o mesmo que norteia o outro. A história mostra que, muitas vezes, é o tempo que faz a justiça necessária às pessoas que promovem as ações em um determinado instante. Até Cristóvão Colombo, o navegador genovês que descobriu a América, mesmo gozando da confiança da rainha Isabel, teve seu mérito solapado por Américo Vespúcio, que era protegido por outros privilégios e poderes políticos da época. Foi o tempo, neste caso, a fazer justiça ao descobridor, ainda que este mesmo tempo revelasse que Colombo não foi movido apenas pelo seu ideal, mas que também tinha interesses econômicos em sua pesquisa. A diferença é exatamente esta: ao que realiza fica uma satisfação interna, enquanto ao que se move pelos
louros, a satisfação é efêmera. Acredito que tanto Cristóvão Colombo quanto Américo Vespúcio entenderam isto. Também esta diferença é sutil. O ser humano, especialista que é em viver de aparências, pode mesmo passar uma vida inteira sem refletir sobre o significado da própria existência.

Não é raro ver o ser humano se apegando a valores frágeis, duvidosos, que provocam uma compreensão equivocada do que é ser leal. As situações do cotidiano, sempre muito sutis, envolvem valores conflitantes, quando, na realidade, a lealdade deveria ser antes de tudo um compromisso consigo mesmo, já que necessariamente deve passar pelo crivo interno e cada indivíduo tem seu próprio código de valor. É este conceito que certamente tem orientado muitos homens públicos e justificado suas atitudes. Se o critério da lealdade é de foro íntimo, o compromisso social deveria ser de natureza coletiva. Esses vínculos implícitos precisam ser analisados à luz de um estado de necessidade – o de melhorar e crescer como ser humano.

Em um outro artigo que escrevi sobre a lealdade, abordei o fato de que há uma linha tênue ao se tentar entender a lealdade e os vínculos. Não se é obrigado a aceitar os vínculos, mas, ao aceitá-los, há um compromisso em ser leal. Ainda que esta reflexão seja muito sutil, percebe-se que há também implícita a escolha. O ser humano continua sendo o senhor do seu destino quando se compromete com suas escolhas e procura ser consciente daquilo que faz. O
comprometimento não vai interferir na liberdade e qualquer que seja o resultado, o homem não se sentirá como uma folha seca que vai aonde o vento leva. Do homem público espera-se que consiga se equilibrar entre duas colunas: a lealdade e a ética, sendo justo e perfeito entre elas.

Neste mundo em transformação, quando a internet torna o mundo uma aldeia global, escolas filosóficas, instituições políticas e religiosas precisam entender que não existe uma realidade dissociada do ser humano. O avanço dos meios de comunicação traz embutido o recado de que se qualquer pessoa pode ter acesso à informação, as mudanças não podem ser detidas e, portanto, a lealdade precisa ser conquistada, precisa convencer. As escolas de mistério, as que dominam
pelo medo, pela ignorância, pelo segredo, terão, com certeza, de se readaptarem a um mundo formado por pessoas que pensam e procuram conhecimento e pela gama enorme de diversidade que elas representam.

Há uma clara dificuldade para o ser humano no sentido de ter a lealdade vinculada à devoção, à fidelidade cega e irracional. Ser leal significa também a coragem de se libertar dos conflitos internos, fazendo uma oposição consciente, transparente e genuína, sempre apoiada por princípios éticos, sem a necessidade de constante concordância.

A questão é que a deslealdade dói mais que ingratidão ao trazer embutido outros pecados humanos além do próprio egoísmo, é sinônimo de mentira, de traição, de desrespeito, de inveja, de uma alma pequena, incapaz de enxergar a vida pelas lentes de aumento do tempo.

Kleber Adorno

quarta-feira, 18 de março de 2009

JOGO DE INTERESSES

UM GRAVÍSSIMO CASO DE INTERESSES CRUZADOS COLOCA EM QUESTÃO O MANDATO DO GOVERNADOR DO RIO!

1. A Sra. Adriana Ancelmo Cabral, esposa do governador Cabral, é sócia do escritório Coelho, Ancelmo & Dourado advogados- http://www.cad.adv.br/. Assim como um procurador do estado não pode advogar contra o Governo do Estado, um parente de primeiríssimo grau não o pode, e mais grave, o cônjuge, pois a legislação define como uma unidade o casal. É como se fosse o próprio marido/governador. Da mesma forma, não pode ser contratada por empresa que tem relações de fornecimento com o Estado, que governa seu marido.

2. Como proprietária de um escritório, esse escritório em nenhuma hipótese pode assumir casos do Governo do Estado ou seus fornecedores, pois caracteriza interesses cruzados. Com isso, seu marido, governador, estará sujeito às penalidades da lei e seu mandato estará, no mínimo, sob questionamento.

3. Pois bem, o escritório da Sra. Adriana Ancelmo Cabral faz as duas coisas. Este Ex-Blog cita dois exemplos. O primeiro é um caso onde os 3 sócios defendem a "Quinze de Maio Incorporação Imobiliária Ltda" em um processo em que a Feema é ré. O segundo é um caso do explícito Arthur da Facility, o maior fornecedor de serviços do Estado, onde quem assina o processo é Sergio Coelho, sócio e ex-esposo da Sra. Adriana Cabral. Abaixo, os detalhes.

4. Processo Feema. Os 3 sócios do escritório, incluindo a Sra. Adriana, defendem a QUINZE DE MAIO INCORPORAÇÃO IMOBILIÁRIA LTDA em um processo em que o MP acusa a Feema de ter dado licença ilegal para um resort em Búzios. A QUINZE DE MAIO INCORPORAÇÃO IMOBILIÁRIA LTDA seria uma das beneficiadas pela licença por ser a incorporadora do resort.

Processo No 2007.078.000541-0. Autor MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO. Réu FUNDAÇÃO ESTADUAL DE ENGENHARIA DO MEIO AMBIENTE - FEEMA e outro(s)...RJ075789 - SERGIO COELHO E SILVA PEREIRA. RJ083846 - ADRIANA DE LOURDES ANCELMO CABRAL. RJ071758 - SERGIO LUIZ MADALENA DOURADO

5. Processo Vigo. O Escritório onde é sócia a Sra. esposa do governador Cabral, é advogado do maior fornecedor de serviços do Estado, a Vigo do grupo Facility. Quem assina a ação é o Sérgio Coelho, sócio e ex-marido.

Processo No 2008.001.085676-0. Autor JANICE DE ALMEIDA FARIAS MATEUS
Réu ESTADO DO RIO DE JANEIRO. Procurador DELCY ALEX LINHARES. Réu VIGO CENTRAL DE SERVIÇOS LTDA.

Advogado: RJ075789 - SERGIO COELHO E SILVA PEREIRA

6. Certamente o MP abrirá uma investigação e conhecerá outros processos similares, incluindo o setor imobiliário que vem sendo, digamos, bem tratado pelo governo do Estado. A lei do Peu de Vargens é um exemplo. Espera-se que o legislativo também o faça. Este Ex-Blog citará outros casos. Aguardem.

Cesar Maia