domingo, 6 de julho de 2008

Guerra Civil Brasileira

Há muito tempo vem sendo cogitado o fato que se delineia, a partir do Rio de Janeiro e de São Paulo, alastrando-se para outros Estados, de uma possível guerra civil, no contorno de um desenho que se clareia e fica mais nítido, à proporção que o tempo passa.

Muitas ocorrências já se verificaram, em especial nos últimos anos, envolvendo os traficantes, o Exército, as Polícias Civil e Militar e a população periférica, principalmente os favelados, trazendo conseqüências trágicas para todas as partes. Não é de hoje que os políticos e parte dos setores de segurança pública se envolvem com traficantes para engordar seus caixas de campanha e as “caixinhas” da maioria dos policiais, em um despudorado e vergonhoso convívio, que só traz medo, insegurança e desconforto moral para o povo.

Bem recente, houve o incidente com alguns integrantes do Exército Brasileiro, que entregaram 3 jovens do morro da Providência, por os haverem desacatado, à traficantes do morro da Mineira, que é controlado por uma facção rival, e estes jovens foram encontrados mortos no dia seguinte. Esse fato cafajeste demonstra a falta de preparo do Exército para o policiamento ostensivo.

Na verdade, esse braço das forças armadas estava no local para garantir a integridade dos servidores do Exército que trabalhavam no PAC – Programa de Aceleração do Crescimento, que faziam obras de revitalização urbana na região. Jamais para garantir o bem-estar da população, que é função da polícia, mas as coisas terminam se misturando no convívio com o povo.

Essa lamentável ocorrência com pequena parcela de militares do Exército é mais uma demonstração cabal do nível de insegurança que vive grande parte do país. A qualquer momento, não mais a nível localizado, essa bomba-relógio estoura em confrontos desordenados das partes envolvidas, gerando uma massa de conflitos do tipo das tribos africanas.

Chegará, sem alarmismos, o momento em que não se sabe mais quem é bandido, quem é polícia, tal o envolvimento das partes nessa guerrilha urbana. A população trabalhadora, honesta, cumpridora de seus deveres para com o Estado, não recebe deste o mínimo de segurança, direito garantido na Constituição Federal, no seu artigo 5º.

Aliás, a Constituição, Lei fundamental do país, é a que menos vem sendo respeitada pelo próprio governo, que, a todo momento, a agride e rasga, com a desfaçatez de quem pula uma inocente cerca. Isto na insensatez dos desatinos que vem cometendo, como o apoio, apenas para citar um exemplo, à possível renovação da CPMF, através da Contribuição sobre a Saúde – CSS, visivelmente contrária à Lei Magna.

Um país que não respeita sua Lei Maior, não pode combater a criminalidade, nem evitar que ela se avolume, de tal forma, que se transforme no caos geral da insegurança. Muito menos pode impedir que os confrontos se agigantem, até se transformar em guerra civil, alimentada pela miséria e pelo desenfreado tráfico de drogas.

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