O processo de convergência à Lei 11.638, que deve aproximar os demonstrativos contábeis das companhias brasileiras aos princípios do IFRS (International Financial Reporting Standards), está aumentando o volume de trabalho das auditorias independentes de menor porte. Essas empresas, que ocupam uma fatia de cerca de 30% de um mercado que soma 573 companhias listadas na Bovespa, oferecem serviços que têm sido demandados pela necessidades de adaptação. É o caso do diagnóstico dos impactos financeiros da convergência nos resultados das companhias.
O movimento tem acontecido na Boucinhas & Campos, 11 colocada no ranking da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), com cinco clientes em auditoria. "O processo de ajuste aumentou o volume de trabalho das auditorias de todo porte, seja no ajuste propriamente dito ou na série de etapas anteriores, afirma José Fernando Boucinhas, sócio da Boucinhas & Campos. Segundo o executivo, seus principais clientes que buscam a adaptação às regras estão nas áreas de comércio, logística, varejo e agronegócio. A Boucinhas, que também presta, entre outros, serviços em gestão de risco e consultoria tributária e de gestão tem, atualmente, 400 clientes e 300 funcionários.
Especialização
Na avaliação de especialistas em contabilidade, empresas de determinados segmentos de atuação devem sofrer maiores impactos para implemetar os novos princípios. Companhias que atuam com concessões rodoviárias são citadas como um exemplo disso. De olho nesse filão, auditorias de menor porte se especializam em serviços de apoio ao processo de adaptação. É o caso da Directa. "A área de concessões tem dificuldades adicionais para adequar-se. Os princípios são distintos daqueles existentes fora do País", compara o presidente da empresa, Ernesto Gelbcke.
A Directa aparece em 8 lugar na lista de empresas que prestam serviços de auditoria independente para as empresas listadas na bolsa, com 17 clientes ao todo.
No mundo, a companhia é membro da Directa Alliance, 9 maior empresa da área de auditoria do mundo, com 620 escritórios em 100 países. No ano passado, faturou US$ 2,3 bilhões.
Maiores entre as menores
Outra empresa do ramo de auditoria que oferece serviços especializados para demandas setoriais é a Terco Grand Thornton, que em 2007 faturou R$ 80 milhões, 50% a mais que no ano anterior, e que está na 6 posição entre as auditorias independentes. Presta serviços a 26 empresas listadas na Bovespa. "Uma de nossas linhas de serviço em auditoria trata de IFRS, com uma equipe de quatro pessoas no País e outras dez em Londres, que nos dão apoio em aspectos técnicos. Uma de nossas especialidades é a de elaborar diagnósticos da elaboração para a área de construção civil", exemplifica Daniel Maranhão, sócio da Terco especializado em implementação de IFRS.
De acordo com o executivo, das cerca de 20 consultas que a empresa recebe diariamente de potenciais clientes, 40% referem-se ao processo de adaptação.
Capacitação
Outra empresa que tem aproveitado a aprovação da 11.638 para crescer é a BDO Trevisan, que ocupa o 3 lugar no ranking de auditorias para empresas listadas na Bovespa. Com 62 clientes, superou gigantes como Ernst & Young e PricewaterhouseCoopers. "As companhias de grande porte e que têm capital fechado também têm movimentado o mercado", diz o sócio-diretor de auditoria, Marcos Venicio.
terça-feira, 15 de julho de 2008
Lei movimenta auditorias menores
Assinar:
Postar comentários (Atom)
0 comentários:
Postar um comentário